Na próxima quinta-feira (18/09/2025), o Tribunal do Júri de Mirassol (SP) vai julgar o professor Israel Lisboa Júnior, acusado de atropelar 16 pessoas durante um protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, contra o resultado das eleições, em novembro de 2022, na rodovia Washington Luís (SP-310). Entre as vítimas estavam duas crianças, de 10 e 11 anos, além de dois policiais militares.

O Ministério Público denunciou o réu por 16 tentativas de homicídio qualificadas, considerando que os crimes foram cometidos por meio que dificultou a defesa das vítimas e geraram perigo comum. A denúncia foi aceita em novembro de 2022 pela Justiça, que determinou o julgamento pelo Tribunal do Júri.

De acordo com a acusação, no dia 2 de novembro de 2022, Israel conduzia um VW/Fox sentido São José do Rio Preto quando se deparou com o bloqueio na altura do km 450 da rodovia. Após ultrapassagens pelo canteiro central, ele teria acelerado bruscamente em direção às pessoas que estavam no protesto, atropelando 14 manifestantes e dois policiais. Segundo a denúncia, vítimas foram arremessadas lateralmente, por cima do capô e até mesmo atingidas pelas rodas do veículo.

O juiz Marcos Takaoka, da 3ª Vara de Mirassol, concluiu, com base em testemunhos e laudos periciais, que o caso deve ser enquadrado como tentativa de homicídio qualificada mediante surpresa. Para o magistrado, o acusado agiu em dolo eventual, assumindo o risco de provocar mortes ao tentar furar o bloqueio.

Israel foi preso em flagrante no dia do atropelamento, após ter o carro depredado por manifestantes, mas conseguiu liberdade provisória quatro meses depois. Agora, será submetido ao julgamento do júri popular para decidir sua responsabilidade criminal pelas 16 tentativas de homicídio. No julgamento ele poderá ser absolvido ou condenado de 6 anos a 20 anos de prisão, por cada vítima.