

Um caso de brutal imprudência no trânsito terminou em tragédia e prisão. Nesta última quarta-feira (10/09/2025), a Polícia Civil de Urupês (SP) prendeu preventivamente o caminhoneiro A.S., de 49 anos, acusado de causar o acidente que matou um casal na noite de 27 de julho de 2025, na Rodovia Vicinal Salathiel da Costa Pereira, que liga Urupês a Novo Horizonte (SP).
As vítimas, J.C.B.M., de 29 anos, e J.F.B., de 36 anos, ambos moradores de Novo Horizonte, foram encontradas mortas às margens da rodovia por volta das 23h55. A motocicleta em que estavam, uma Titan 160, foi localizada carbonizada a cerca de quatro quilômetros do local, detalhe que chamou a atenção dos investigadores.
Durante as apurações, a polícia identificou como causador do acidente um caminhão canavieiro de uma usina de Ariranha (SP). O veículo estava sem uma das argolas do cabo de aço utilizado para amarrar a carga, peça encontrada na cena da tragédia. A perícia constatou indícios de colisão e marcas de fogo no caminhão, compatíveis com o incêndio que destruiu a moto.
Apesar de ser intimado várias vezes, o motorista não compareceu à delegacia nem colaborou com as investigações. Para surpresa dos policiais, descobriu-se que ele jamais teve Carteira Nacional de Habilitação (CNH), embora dirigisse caminhões canavieiros há mais de 20 anos. Para conseguir emprego, usava CNHs falsas, prática que confessou ter repetido ao longo da carreira.
O histórico criminal do motorista também pesou contra ele: passagens por porte de drogas, violência doméstica e uso de documento falso. Após o início das investigações, a usina onde trabalhava o demitiu.
Na última quarta-feira, equipes das delegacias de Urupês, Pindorama e Novo Horizonte cumpriram mandados de busca e apreensão em dois endereços do investigado, em Pindorama. Em sua casa, foi localizada mais uma CNH falsa.
Diante das provas, a Justiça decretou a prisão preventiva de A.S. por duplo homicídio doloso qualificado consumado. Ele foi encaminhado à cadeia de Catanduva (SP), onde deverá permanecer até o julgamento. Caso vá a júri popular, poderá pegar pena de até 30 anos de prisão.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Sérgio Augusto Durão Ugatti, a investigação evidenciou um padrão de negligência criminosa e reiterada falsificação, que resultou na morte trágica do casal.
“Estamos diante de um caso de total irresponsabilidade. Um homem que nunca teve habilitação, dirigiu por mais de 20 anos usando documentos falsos e, com sua imprudência, tirou a vida de duas pessoas inocentes. A prisão preventiva garante que ele responda pelo crime e que a sociedade esteja protegida de alguém que representava um risco constante nas estradas”, afirmou o delegado Sérgio Augusto.