

A Receita Federal, em conjunto com diversos órgãos de investigação e fiscalização, deflagrou nesta quinta-feira (28/08/2025) a Operação Carbono Oculto, considerada a maior já realizada no Brasil contra o crime organizado em termos de cooperação institucional e abrangência. O objetivo é desmantelar um sofisticado esquema de fraudes, sonegação e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.
Na região Noroeste Paulista, foram identificados 16 alvos da operação: cinco em São José do Rio Preto, seis em Catanduva, três em Ariranha e dois em Marapoama. As ações incluem cumprimento de mandados de busca e apreensão em empresas e residências ligadas ao grupo investigado.
Segundo a Receita Federal, cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados à organização movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O esquema envolvia desde a importação e distribuição de combustíveis até a adulteração de produtos, além de operações financeiras fraudulentas realizadas por meio de fintechs, que sozinhas movimentaram R$ 46 bilhões fora do sistema bancário tradicional.
As investigações também apontam o uso de pelo menos 40 fundos de investimentos como forma de ocultação e blindagem de patrimônio dos criminosos. Somente em importações de combustíveis, o grupo teria movimentado mais de R$ 10 bilhões no período.
Na esfera tributária, a Receita já constituiu créditos de R$ 8,67 bilhões referentes a empresas envolvidas no esquema. Paralelamente, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ingressou com ações de bloqueio judicial de R$ 1 bilhão em bens, incluindo imóveis e veículos.
Participam da operação cerca de 350 servidores da Receita Federal, além de equipes do Ministério Público de São Paulo (Gaeco), Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícias Civil e Militar, Sefaz/SP, ANP e PGE/SP.
A ação busca não apenas desarticular o esquema criminoso, mas também recuperar valores desviados e reduzir os prejuízos à sociedade, que incluem aumento de preços, concorrência desleal e risco à qualidade dos combustíveis oferecidos ao consumidor.
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