
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (02/09/2025) cinco pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em São José do Rio Preto (SP). Segundo as investigações, o grupo, originário do Sul do Brasil, transferiu suas atividades para a cidade na tentativa de escapar da responsabilização penal.
De acordo com o delegado da PF, Alexandre Gonçalves, a organização criminosa atuava principalmente em Santa Catarina e Paraná, mas mudou sua base operacional para Rio Preto.
“O objetivo deles era se esconder da Justiça e usar Rio Preto como um novo polo para o esquema. Além do tráfico, o foco aqui era lavar dinheiro por meio de laranjas e falsificação de documentos, adquirindo patrimônio em nome de terceiros”, afirmou.
Investigações
As apurações identificaram que, em operações anteriores, já haviam sido apreendidos cerca de 217 quilos de cocaína. Contudo, na região de Rio Preto, o esquema se concentrava na lavagem de dinheiro. A PF descobriu que comerciantes locais e até um trabalhador rural emprestaram seus nomes para a aquisição de imóveis e outros bens, com valores provenientes do tráfico.
Uma grande casa de prostituição com um motel com alta rotatividade também estava em construção na cidade, apontada como fachada para movimentação ilícita. No entanto, a obra foi paralisada após bloqueio judicial.
“Nosso trabalho não é apenas reprimir o tráfico, mas também responsabilizar aqueles que, de forma consciente, colaboraram para dar aparência de legalidade ao dinheiro do crime”, destacou o delegado.
Operação Hetera
Batizada de Operação Hetera, a ação mobilizou cerca de 40 agentes e cumpriu cinco mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão em São José do Rio Preto (SP), Curitiba (PR), Itajaí (SC), Itapema (SC), Tijucas (SC), Ponta Porã (MS) e Brasília (DF). As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara da Justiça Estadual de Rio Preto.
Segundo a PF, a quadrilha atuava desde 2022. O líder do grupo chegou a realizar um procedimento cirúrgico para tentar dificultar sua identificação, mas segue respondendo a processos nas esferas estadual e federal. Ele seria o principal traficante do Paraná e Santa Catarina, com mais de 200 imóveis em nomes de terceiros.