
Moradores de um condomínio residencial em Bady Bassitt (SP), estão reclamando da demora de mais de um ano para a entrega das casas. Das 430 unidades, menos de 50 foram concluídas e algumas delas já apresentam problemas ou foram entregues sem energia elétrica.
O sonho do contador, Márleon Garcia Savartin e da esposa, de ter uma casa própria, se tornou um dos maiores pesadelos de suas vidas. O casal afirma que já não está vivendo mais sem pensar na frustração do imóvel concluído.
“Compramos o imóvel, no ano passado, com a promessa de entrega para dezembro do mesmo ano. Só que tudo não passou de promessa. Estamos pagando aluguel e já havíamos programado a mudança, mas infelizmente nossa casa ainda não está pronta e a construtora não nos dá nenhuma resposta concreta”, explica.
O jornalista, Jonas Garcia, também está enfrentando o mesmo problema. Ele comprou o imóvel em 2022 e, dois anos depois, a casa dele ainda não está pronta.
“O prazo para entrega era junho do ano passado, mas infelizmente não aconteceu. Em seguida deram um novo prazo para janeiro de 2024 e também não foi entregue. Eu moro em um apartamento alugado e já havia feito a reforma para poder desocupar o imóvel em janeiro. Já são oito meses de espera e ninguém me dá uma resposta”, diz.
De acordo com os moradores, o condomínio Garden RNI possui 430 unidades e quase todas ainda estão inacabadas. Menos de 50 casas foram entregues, até agora, e boa parte já apresenta problemas, entre eles falta de energia elétrica, placa de sinalização na entrada da vaga da garagem, guias irregulares, portas e batentes internos mofando, goteiras, asfalto esburacado e também os terrenos de alguns imóveis cedendo.
“Estamos vivendo um dos maiores pesadelos de nossas vidas. Contratamos arquiteto, planejamos nossa mudança, festejamos a nossa conquista com a nossa família e simplesmente estão brincando com os nossos sonhos. Vamos pagar o imóvel por cerca de 30 anos e com esse monte de problema. Pior de tudo é que a construtora não nos dá nenhuma resposta”, diz Márleon.
Se não bastasse, os moradores afirmam que a construtora fez uma assembleia e elegeu a administradora de condomínio sem a decisão dos compradores. Mesmo com as casas inacabadas, o condomínio já foi entregue e os proprietários dizem que não podem ter acesso ao local.
“Eu só tive acesso ao meu imóvel porque entrei com outro morador que já recebeu a casa. Não fizemos vistorias e não podemos saber como está o andamento de um bem que nós estamos pagando. Infelizmente minha única saída vai ser devolver o imóvel”, finaliza o contador.
Procurada pela Gazeta, a incorporadora e construtora RNI disse por meio que esta não é a experiência de compra oferecida aos clientes, mas que, durante a execução do projeto, enfrentou desafios que impactaram o cronograma inicial, resultando em uma postergação na entrega.
“No entanto, a empresa trabalhou de forma diligente para reduzir os impactos apresentados pelo novo cenário. Vale mencionar ainda que todos os clientes da empresa foram informados ao longo do período de construção sobre a utilização dos prazos contratuais, incluindo o período de carência previsto tanto contratualmente quanto legislativamente, bem como em relação ao andamento da obra. Com relação às imagens recebidas, a empresa alega que não são referentes às unidades já liberadas ou vistoriadas e que a entrega não ocorre nessas condições. Eventuais apontamentos serão prontamente atendidos pela equipe. Os agendamentos para vistorias e posses estão acontecendo durante todo o mês de agosto, contemplando clientes financiados e aptos para o recebimento das chaves”, diz a nota.