Cedral

Policial Militar de Cedral (SP) já condenado por assassinato é apontado em novo homicídio

autor: Por Gazeta do Interior - Cedral

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Informações obtidas com exclusividade pela Gazeta do Interior revelam que o policial militar de Cedral (SP), Eduardo José de Andrade, de 23 anos, já condenado a 29 anos de prisão pelo assassinato de João Gonsalves Filho, de 39 anos, agora é apontado pela Polícia Civil como um dos autores de um segundo homicídio, ocorrido em 10 de novembro de 2022, também em Cedral. A vítima, Tiago de Paula, de 32 anos, foi morta a tiros enquanto conversava com um amigo na calçada de sua casa, no bairro Jardim Galante.



Testemunhas relataram à polícia que dois homens passaram do outro lado da rua com camisetas amarradas no rosto. Pouco depois, retornaram e efetuaram vários disparos contra Tiago, que tentou correr para dentro da residência, mas caiu no degrau do portão. Ele foi socorrido ao Pronto-Socorro de Cedral, mas não resistiu aos ferimentos. A perícia recolheu diversas cápsulas deflagradas no local do crime.

De acordo com as informações obtidas pela reportagem, a Polícia Civil já identificou o cúmplice de Eduardo, mas não há informações oficiais se ele está preso, pois o caso está em segredo de justiça. O inquérito policial foi concluído e o caso já foi denunciado pelo Ministério Público, que agora aguarda a sentença de pronúncia — uma decisão da Justiça que determinará se o policial irá ou não a júri popular por esse segundo homicídio.

Caso seja levado a júri e considerado culpado, Eduardo poderá ser condenado a até 30 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado, com possibilidade de agravantes que podem influenciar no aumento da pena, como motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Condenação anterior

No dia 27 de fevereiro de 2025, Eduardo foi condenado a 29 anos e 4 meses de prisão, durante júri popular em São José do Rio Preto (SP), pela morte de João Gonsalves Filho, em dezembro de 2022. O crime foi cometido com ajuda do açougueiro Pierre Henrique de Souza, que foi condenado a 17 anos e 2 meses de prisão.



A motivação do assassinato teria sido uma dívida de drogas de R$ 300 que João tinha com o PM, que também atuava como traficante na cidade. Pierre, que também devia entorpecentes ao policial, teria participado do crime como forma de quitar sua própria dívida.

João foi sequestrado, levado até um canavial e morto com um tiro nas costas. Sua ossada foi encontrada em abril de 2023, às margens da rodovia João Neves, entre Potirendaba e Cedral. A Gazeta do Interior chegou a divulgar, na época, o desaparecimento da vítima, em que a família pedia ajuda.

Prisão preventiva mantida

Eduardo José de Andrade já está preso preventivamente e não pode recorrer em liberdade. Com a nova denúncia, seu histórico criminal se agrava, e o Ministério Público poderá juntar os dois processos para reforçar o pedido de condenação.

A Polícia Civil segue investigando se o PM pode estar envolvido em outros crimes na região, diante de seu perfil violento e da atuação ligada ao tráfico de drogas em Cedral.