O maníaco que estuprou e enterrou uma mulher viva em Uchoa (SP), foi condenado nesta última quinta-feira, (13/02/2025), a 337 anos de prisão em regime fechado. Esta é considerada a maior pena da história da comarca de São José do Rio Preto (SP).

Após a audiência ter sido adiada duas vezes, no ano passado, José Antônio Miranda da Silva, de 51 anos, participou do julgamento através de vídeo conferência e confessou apenas um dos assassinatos, ocorrido em setembro de 2019, no bairro Vila Toninho. Ele afirmou que matou Adriana Melo Viana Narte, após uma briga por uso de drogas.

A prisão de José Antônio aconteceu depois dele ter estuprado e enterrado viva a vítima, K.O.U., de 22 anos, no dia 21 de março de 2020, em uma propriedade às margens da rodovia Washington Luís, em Uchoa. Totalmente transtornada e suja de terra, ela conseguiu pedir ajuda para um casal que passava próximo do trevo e acionou socorro médico.

A polícia afirma que a primeira vítima do criminoso foi a garota de programa, Sebastiana de Fátima Souza, de 55 anos, que foi morta por ele em janeiro de 2019. O corpo dela foi encontrado na estrada do Jaó, na zona rural de Rio Preto.  

No dia 7 de maio de 2020, outra mulher, de 29 anos, foi vítima do maníaco. Ela foi encontrada em um canavial próximo da Vicinal Alcides Augusto Avila, km 7, atrás do cemitério do Distrito de Talhado, em Rio Preto, seminua e machucada, onde contou que trabalhava como garota de programa, na zona de meretrício, quando, por volta de 8h, um homem negro chegou em um veículo de cor branca e pediu para ela entrar.

Durante o trajeto, a mulher disse que foi agredida diversas vezes e levada até um matagal, onde foi estuprada e abandonada, além de ter tido o celular roubado. Ela foi encaminhada para atendimento médico na UPA Jaguaré.

Após investigações, os policiais conseguiram chegar até o autor, que estava morando em uma casa no bairro Jardim Ouro Verde, em Rio Preto. Ele foi preso no dia 19 de junho de 2020, junto com o carro - um Corsa branco, que ele usava para atrair as vítimas.



Além das vítimas de Uchoa e Rio Preto, a polícia descobriu crimes cometidos pelo maníaco em Guapiaçu, Cedral e também Monte Aprazível. Nesta última cidade, ele também já havia sido condenado pelo tribunal do júri, em 2022, a 35 anos de prisão por homicídio, estupro e ocultação de cadáver. No total, a polícia acredita que 17 pessoas - todas mulheres – tenham sido vítimas do autor.

No total, José Antônio é acusado de ter cometido dois homicídios, sete tentativas de homicídio, sete estupros e cinco roubos durante os anos de 2018 e 2020. Questionado, durante o julgamento, sobre o carro que ele usava para atrair as vítimas, ele preferiu ficar em silêncio.

O maníaco começou a cometer os crimes ainda jovem, quando tinha 24 anos. Em 1997 ele já tinha sido preso e condenado a 20 anos de prisão, quando ficou conhecido como o “maníaco do Corcel”. Na ocasião ele estuprou e matou três mulheres. Um ano após ser solto, novas vítimas do bandido começaram a aparecer.

O advogado de defesa, Emerson Bertolini Andrade, chegou a entrar com pedido de insanidade mental, o que não ficou comprovado. Ele disse que o réu é usuário de drogas e que não se recorda dos crimes, onde pretende ingressar com apelação contra a condenação.