
O casal apontado por ter matado um adolescente, de 17 anos, em março de 2020, em Bady Bassitt (SP), deverá ir a júri, após decisão da justiça. Segundo a denúncia do Ministério Público, Amanda Nunes Deco e Rogério Seron teriam contratado dois atiradores para matar Igor Silva Martins, na época com 21 anos, mas que acabou matando o menor, Walison Fernando Pires Marques, que estava junto com ele.
De acordo com a promotoria, as investigações apontaram que Rogério e Amanda mantinham um relacionamento amoroso. Cerca de 10 dias antes do crime, Igor, que também havia mantido relacionamento amoroso com Amanda, teria agredido ela fisicamente por ciúmes, depois dele ter visualizado no celular dela, mensagens de Rogério chamando-a de amor.
Amanda não comunicou a agressão sofrida à polícia, mas comunicou Rogério, onde ambos teriam tramado que matariam Igor. A denúncia diz que Rogério contratou Hélio Fernando Martins Gaetan e Diego Augusto da Silva, a morte de Igor e ambos seriam recompensados financeiramente pelo trabalho.
Na noite do crime, Hélio e Diego seguiram de moto até Bady Bassitt à procura de Igor – o primeiro como piloto da motocicleta, o segundo como garupa, armado com um revólver carregado. Ambos usavam capacete e roupas de cor escura. Igor estava sentado no banco do motorista em um Gol, por volta das 20h25, na Rua Tiradentes, do bairro Água Limpa I e, ao seu lado, no banco do passageiro, estava seu amigo, o adolescente Walison Marques.
Os atiradores pararam do lado do veículo, efetuaram vários disparos e fugiram logo em seguida. Após os primeiros tiros, segundo a perícia, as vítimas começaram a se movimentar dentro do veículo e saíram correndo por uma das portas. Os movimentos de Igor, aliados ao erro de pontaria, determinaram que ele, embora atingido por dois projéteis, conseguisse sobreviver. Enquanto Walison conseguiu correr alguns metros, mas já havia sido alvejado por três disparos, um dos quais tendo atingido sua cabeça, onde acabou morrendo no local.
Com base nas investigações, o casal e os dois atiradores foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio mediante pagamento ou promessa de recompensa por vingança e também recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Em junho desse ano, Rogério foi preso em Itapema (SC), após ter a prisão decretada pela justiça. Os outros três envolvidos eram considerados foragidos da justiça.
Na última quarta-feira, 30/10, a juíza que cuida do caso, Luciana Cassiano Zamperlini Cochito, pronuncio para que os acusados Rogério Seron, Hélio Fernando Martins Gaetan, Diego Augusto da Silva e Amanda Nunes Deco sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri pela prática de homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe ou por motivo fútil, além da tentativa de homicídio do rapaz que sobreviveu.
Rogério e Amanda negam o crime e se declaram inocentes. O casal chegou a contratar perícia particular para o caso e afirmam que não possuem qualquer envolvimento com o caso.
A Gazeta não conseguiu contato com os advogados defesa dos acusados para comentar sobre o caso. A decisão ainda cabe recurso.