Moradores de Irapuã (SP) e até funcionários da própria Prefeitura manifestam indignação diante do cenário de abandono e sucateamento da frota municipal. Vídeos enviados à Gazeta do Interior mostram veículos e equipamentos destruídos pelo tempo, em meio a um verdadeiro pátio de sucata.

Entre os bens registrados estão máquinas patrol e pá carregadeira, caminhões, ambulâncias, carros, caminhonetes, saveiros, ônibus, micro-ônibus, vans e tratores, além de uma montanha de equipamentos obsoletos, como televisores, aparelhos de ar-condicionado, cadeiras, computadores, janelas e ferros retorcidos. Todos os veículos aparecem expostos ao sol e à chuva, com pneus murchos, vidros quebrados e sinais avançados de deterioração, revelando um enorme desperdício de dinheiro público.

Procurada, a prefeita Reni Silva, que está em seu segundo mandato à frente do Executivo Municipal, admitiu que a frota enfrenta sérios problemas. Segundo ela, cinco ambulâncias estão com os motores fundidos, duas delas passando por orçamento para substituição via licitação — cada motor avaliado em torno de R$ 80 mil. Outras, segundo a gestora, não compensam o conserto.

“Infelizmente, houve descuido no uso da frota por parte dos funcionários, mas já destinamos um servidor para cuidar exclusivamente desse setor e estamos trabalhando para reverter essa situação”, afirmou.

Sobre as máquinas pesadas, como patrol e caminhão de lixo, a prefeita disse que há um pregão em andamento para os reparos. Em relação aos veículos e equipamentos sem utilidade, ela alegou estar há seis meses tentando realizar um leilão, mas que o processo sofre com a burocracia da lei de licitações.

Questionada sobre o tempo em que a frota permanece nessa situação, Reni minimizou afirmando que seriam “poucos meses” e que a Prefeitura “resolverá em breve”.

Já moradores ouvidos pela reportagem contestam a versão e dizem que o abandono ocorre há mais de um ano. A Gazeta apurou que, em setembro de 2024, um vereador chegou a protocolar um requerimento na Prefeitura cobrando explicações e apresentando fotos de veículos sucateados, entre eles ônibus sem vidros, vans paradas e ambulâncias deterioradas.

No documento, o parlamentar também questionava a existência de seguro indenizatório da frota. A resposta oficial da prefeita, enviada em abril de 2025, informava que os veículos estavam “em processo de licitação para conserto” e que o seguro estava em fase de cotação de preços.

A Gazeta vai continuar cobrando solução para o problema.