O jovem atacante, Pedro Severino, de 19 anos, revelação das categorias de base do Botafogo-SP e emprestado ao Red Bull Bragantino, teve alta hospitalar na última terça-feira (10/06/2025), em Ribeirão Preto (SP), após quase quatro meses de internação. Ele está se recuperando de um grave acidente automobilístico registrado no dia 4 de março, na Rodovia Anhanguera, em Americana (SP).

Na colisão com uma carreta, Pedro sofreu traumatismo cranioencefálico severo. Logo após dar entrada no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, foi iniciada a avaliação para morte encefálica — o chamado protocolo de morte cerebral — mas ele apresentou reflexo de tosse, o que interrompeu o procedimento e reacendeu a esperança.

Transferido para Ribeirão Preto, o atacante passou por um processo de tratamento intensivo, composto por neurocirurgiões, neurologistas, intensivistas e outros especialistas. Foram realizadas quatro cirurgias: traqueostomia, gastrostomia e duas intervenções neurocirúrgicas, incluindo a reconstrução do crânio com prótese de biocerâmica impressa em 3D.

Em coletiva, a equipe médica classificou a recuperação de Pedro como resultado de uma combinação rara de fatores: atendimento pré-hospitalar eficaz, atuação rápida da neurocirurgia, resiliência do atleta e suporte psicológico intenso da família.

O estado atual do jovem é surpreendente para quem esteve tão perto da morte. Ele saiu consciente, orientado, vocalizando com dificuldades, com déficit motor à esquerda, mas já caminhava com apoio e fazia sessões de fisioterapia com bola — um estímulo que favorece a neuroplasticidade.

O pai, Lucas Severino — ex-jogador famoso — publicou vídeo emocionado, agradecendo a Deus, à equipe médica e às correntes de oração que cercaram o caso. Ele afirmou que o sorriso do filho ao voltar para casa já era a vitória que esperavam.

O futuro clínico e esportivo de Pedro ainda é incerto. Médicos esclarecem que só daqui a dois anos será possível avaliar possíveis sequelas definitivas. Porém, por ora, o jovem continua em casa com acompanhamento multidisciplinar em fisioterapia, neuroendocrinologia e suporte psicológico, iniciando o que chamam de “segunda etapa” da recuperação.

O que dizem os números:
96 dias de internação em estado gravíssimo.
4 procedimentos cirúrgicos, incluindo inserção de prótese craniana 3D.
Interrupção do protocolo de morte encefálica após reflexo de tosse.

A história de Pedro Severino é, sem dúvida, um relato de esperança impossível de ignorar — um exemplo de superação que ecoa não apenas no esporte, mas em toda comunidade que acompanhou sua luta até aqui.