

Uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil concluiu que o vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), usou a expressão “paca, véa”, e não “macaco velho”, como havia sido interpretado, contra o segurança do time do Palmeiras.
De acordo com o laudo, Marcondes não cometeu o crime injúria racial durante a discussão que aconteceu após o jogo contra o Mirassol, no dia 23 de fevereiro, pelo Campeonato Paulista. A análise técnica foi feita a partir de um vídeo gravado pela TV TEM, afiliada da Rede Globo, e teve como base uma transcrição fonética detalhada.
O laudo, com 42 páginas, foi anexado ao inquérito policial nesta última terça-feira, (06/05/2025), que segue em andamento na Delegacia Seccional da cidade. O caso ganhou repercussão após o segurança Adilson Antonio de Oliveira registrar um boletim de ocorrência alegando ter sido vítima de injúria racial.
De acordo com o laudo, embora Marcondes estivesse de costas para a câmera no momento da fala — o que impediu a análise da movimentação labial —, os peritos utilizaram técnicas de fonética forense e análise espectrográfica para identificar com precisão o conteúdo das palavras. Aos 3 minutos e 27 segundos do vídeo analisado, foi identificado o trecho: “Paca, véa! Lixo! Véa!”.
A perícia concluiu que não há elementos técnicos que sustentem a interpretação de que Marcondes teria dito “macaco velho, lixo velho”. A transcrição fonética do áudio, segundo os peritos, é: [pake ‘vea] ‘lifu [‘vea], sem correspondência acústica com a expressão atribuída inicialmente ao político.
O laudo também destaca que legendas e interpretações divulgadas em vídeos nas redes sociais não têm respaldo técnico e podem ter sido influenciadas por contextos sociais ou emocionais. “Na fonética forense, as conclusões devem ser baseadas em evidências acústicas e articulatórias verificáveis, evitando interpretações subjetivas”, aponta o relatório.
A investigação segue sob acompanhamento da Justiça de Mirassol.
Confira na íntegra a nota do advogado de Marcondes, Edlênio Xavier Barreto:
“O Laudo Pericial, elaborado pelo Instituto de Criminalística, reforça a correção da estratégia pela defesa, ao não convalidar prova tecnicamente imprestável, e corrobora com a tese de inocência de Fábio Ferreira Dias Marcondes. No mais, a fim de manter coerência na atuação, atentando-se à prudência e responsabilidade, a defesa informa que irá manifestar-se de maneira formal e detalhada nos autos do processo, em momento oportuno”. (Com informações Gazeta de Rio Preto)
